domingo, 15 de novembro de 2009

ROTINA E CRIATIVIDADE

Cristiane, gostaria de tomar emprestado sua frase:

"O trabalho do professor não "deve" se assemelhar ao trabalho do Chaplin, pois o trabalho de Chaplin no filme "Tempos Modernos" é um trabalho mecânico,que é repetido dia após."

ENGRENAGENS DA ROTINA

Comparando a atividade do operário no filme TEMPOS MODERNOS com a atividade do professor, imagino que o docente deve ter a genialidade de sser criativo em meio as regras rídigas das grades curriculares e dos métodos oficiais do Estado sobre a forma de ensinar.

Em nossas experiências como alunos, tivemos professores que superaram a espectativa do Estado, dos alunos e dos pais e conseguiram dentro da "engrenagem" transmitir seus conhecimentos de forma a cativar os alunos.

CRIATIVIDADE

Os professores devem submeter-se as regras do seu patrão, seja o Estado ou o proprietário da Instituição de Ensino particular, porque criar "problemas" com a direção não me parece atitude sábia. Por outro lado a engrenagem permite que o professor coloque a graxa e o óleo que dá leveza ao equipamento de ensino, que impede o desgate do conjunto, se é que vocês me entendem...

LEITURA

A LEITURA

O que significa leitura? Ler não é somente um ato de juntar letras e pronuncia-las corretamente, ler é acima de tudo uma interpretação de letras, imagens, signos e ícones, Alberto Manguel em seu livro “Uma história da leitura” Companhia das Letras, 1997, p. 19. Nos traça um retrato do que é uma leitura:

“Ler as letras de uma página é apenas um de seus (da
leitura) muitos disfarces. O astrônomo lendo um mapa
de estrelas que não existem mais; o arquiteto japonês
lendo a terra sobre a qual será erguida uma casa, de
modo a protegê-la das forças malignas; o zoólogo lendo
os rastros de animais na floresta; o jogador lendo
os gestos do parceiro antes de jogar a carta vencedora;
a dançarina lendo as notações do coreógrafo e o
público lendo os movimentos da dançarina no palco;
o tecelão lendo o desenho intrincado de um tapete
sendo tecido; o organista lendo várias linhas musicais
simultâneas orquestradas na página; os pais lendo no
rosto do bebê sinais de alegria, medo ou admiração; o
adivinho chinês lendo as marcas antigas na carapaça
de uma tartaruga; o amante lendo cegamente o corpo
amado à noite, sob os lençóis; o psiquiatra ajudando
os pacientes a ler seus sonhos perturbadores; o
pescador havaiano lendo as correntes do oceano ao
mergulhar a mão na água; o agricultor lendo o tempo
no céu – todos eles compartilham com os leitores de
livros a arte de decifrar e traduzir signos.”




Sobre este tema Paulo Freire em discurso proferido no 3o congresso de Leitura em Campinas (SP) em 1981 disse que voltando a infância a qual se lembrava, enumerou as diversas leituras que fazia do mundo em sua volta, da sua casa, do quintal, dos objetos e só então, mais tarde, é que aprendeu a leitura das palavras.


A leitura do mundo e a leitura dos signos lingüísticos é uma coisa em constante mutação no desenvolvimento pessoal de cada ser humano, quando refletimos sobre os acontecimentos em nossa volta e quando lemos textos escritos por pessoas que expressaram suas leituras do mundo, vamos formando novos conceitos, aperfeiçoando nossas idéias, algumas vezes mudando completamente de direção. São duas leituras, a do mundo e a dos livros com a leitura dos outros (textos) onde podemos formar a nossa interpretação pela confrontação destas leituras.
Os seres humanos são diferentes entre si, entre outros motivos porque cada um faz uma leitura do mundo, alguns tem uma visão muito fechada, limitando a pensar somente em coisas do dia-a-dia e quase nunca lê textos lingüísticos nem aprecia a opinião de outras pessoas, mas também tem aqueles que estão em constante reflexão sobre o mundo e os acontecimentos em sua volta, ouve a opinião das pessoas que o cercam e tem o habito de ouvir palestras, debates e discursos, alem de periodicamente lê obras literárias em livros, revistas e jornais.

Vejam bem que estes dois tipos de pessoas terão com certeza visões diferentes do mundo. Uma das coisas que diferenciam estas pessoas é a disposição mental para compreender as coisas, enquanto outras pessoas têm preguiça mental, pois ler e interpretação o mundo e textos exige esforço e concentração de pensamento e isso são coisas que nem todos têm disposição.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

EDUCAR É UM ATO HUMANO

De todas as entidades criadas por Deus, apenas o homem, o ser humano necessita ser educado, as demais criaturas possuem um instinto gravado geneticamente que transmitem a cada geração o que eles devem fazer para viver, o que devem comer, quem são seus inimigos naturais, quais as suas rotas de imigração e outros aspectos essenciais para que possam viver.

O ser humano o distingue da criação porque além da herança genética, ele possui a capacidade de aprender, de ser educado, de estudar, de acumular conhecimento para ser transmitido para outra geração, de transpor dificuldades e conseguir níveis de avanço tecnológico em todos os setores da ciência.




A palavra educação significa alimentar, criar, amamentar e “educere” expressa a idéia de conduzir para fora, fazer sair. Educar significa preparar para a vida para o desafio do mundo exterior, neste sentido é que educar é um ato próprio da espécie humana.

RECONSTRUTIVISMO

Esta filosofia do ensino visa trabalhar o ser humano no ideal da reconstrução humana, independente das bases culturais em que cada um foi criado. Só não concordo com o reconstrutivismo porque se pretende transformar uma sociedade, sem eliminar os maus, sem levar em consideração que alguns elementos da sociedade são nocivos por natureza e que estes devem ser detectados e excluídos da escola e mais ainda, da sociedade. Se a todos forem dados condições iguais de habitação, saúde e lazer, ainda assim haverá o mal, porque o mal está na natureza humana, infelizmente não dá para contar com todos para reconstruir a sociedade.






A educação deve conduzir o homem a uma profunda
transformação de mentalidade para que o enorme
poder tecnológico à sua disposição seja usado para
criar em vez de destruir e matar. A sociedade deve ser
transformada, não apenas por meio de ações políticas,
mas também através da educação de todos os
seus membros para uma nova visão de vida em comum.
(OLIVEIRA (org), 1993, p. 112)

POSITIVISMO NA EDUCAÇÃO

O currículo escolar enfatiza o conhecimento científico,
o conhecimento passível de experimentação e caracterizado
pela absolutização da linguagem científica
e da matematização das ciências, decretando, dessa
forma, a “morte da metafísica” [...] Esse tipo de educação
incentiva de tal forma o especialismo que os
alunos se tornam incapazes de qualquer julgamento
crítico sobre a realidade que os cerca. (OLIVEIRA
(org.), p.101)




O positivismo de Auguste Comte influenciou a educação, para este pensador o que importa é o que pode ser reproduzido no laboratório, é o que pode ser experimentado. Enquanto a educação teológica visa especular qual o conceito de Deus sobre as coisas e a educação metafísica procura entender o porque as coisas são assim, a educação positivista quer entender como o processo acontece e como pode ser reproduzido. O positivismo é importante para o desenvolvimento humano, mas não podemos esquecer que tudo tem um propósito que é Deus, Deus é a razão das coisas e sem nele nada existiria. Este entendimento esta acima do positivismo.